Feministas se posicionam contra o uso de banheiros femininos por homens biológicos
- jornaldadireitaofi
- 15 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
O coletivo 'QG Feminista' lembra que o banheiro exclusivo para mulheres foi uma vitória para segurança feminina
O coletivo feminista “QG Feminista” se manifestou contra o uso de banheiros compartilhados em suas redes sociais, desfazendo assim a narrativa da esquerda que tenta fazer da pauta um jogo ideológico.
O grupo, que tem como objetivo a “produção, a disponibilização e a popularização de material e ideais feministas”, destacou em uma publicação que apesar da esquerda brasileira lutar pela causa, as mudanças nos banheiros poderiam causar problemas às mulheres.
"Precisamos de um debate sério! (...) a esquerda brasileira fecha os olhos para as violações de direitos femininos e infantis, e tenta sem qualquer diálogo com as mulheres, pais e mães brasileiras impor decisões que acarretam riscos de segurança, (para manter uma narrativa progressista custe o que custar)”, diz o coletivo em um ‘repost’ do perfil “@serei_aleitora”.
Segundo a publicação, o direito por banheiros exclusivos foi uma conquista histórica até mesmo para o movimento feminista.
“A necessidade de um banheiro público exclusivamente feminino foi uma reivindicação das feministas sufragistas durante a primeira onda feminista, e simbolizava O ingresso de mulheres na esfera pública e uma demanda dessa ocupação. Feministas mulheres precisaram lutar arduamente para conquistar espaços exclusivos, e ainda lutam para manter esse direito no séc. XXI”, contextualiza a publicação em 10 slides.
“Negar esse direito à mulheres e meninas é negar a história da luta feminista e o direito à segurança”, diz o QG Feminista.
A publicação cita alguns casos para consolidar a posição contrária ao uso compartilhado de banheiros, vestiários e demais espaços femininos por homens biológicos, como por exemplo quando em 2014 uma ONG instalou banheiros em uma cidade indiana após casos de estupro de meninas ou então quando somente em 2016 o Senado Federal realizou uma reforma que deu ao plenário do Senado um banheiro feminino, após 55 anos desde sua inauguração.
As feministas ainda lembram que os banheiros são um espaço de vulnerabilidades para as mulheres, tanto adultas quanto crianças, e que por esse e outros motivos, deve ser um espaço exclusivo e seguro.
Em diversos estados brasileiros políticos conservadores tentam barrar a proposta, tendo inclusive que responder processos judiciais por se posicionarem contra os banheiros compartilhados, como é o caso do vereador de Niterói, Douglas Gomes, que foi inclusive condenado por suposto crime de “transfobia”.
O vereador e pré-candidato a deputado estadual no Rio de Janeiro tem defendido que homens biológicos não devem obter o direito de usar os mesmos espaços sanitários que as mulheres biológicas. Após anunciar uma audiência pública sobre o assunto, o(a) vereador(a) do Psol, Benny Briolly, anunciou que iria denunciar Douglas Gomes ao Ministério Público (MP) e à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Niterói por realizar, um “debate inconstitucional''.
A publicação do coletivo feminista brasileiro endossa os argumentos dos conservadores, ao citar um estudo publicado pelo site The Sunday Times (atual ‘The Times’), que mostrou que vestiários unissex são mais perigosos para mulheres e meninas do que instalações exclusivas para um único sexo.
“Se banheiros compartilhados colocam meninas em risco, precisam ser questionados. Absolutamente nenhum caso de estupro é aceitável que aconteça em ambiente escolar e qualquer risco deve ser minimizado. a proteção à infância deve ser a prioridade!”, afirma o QG Feminista.
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