Dilma Rousseff recebe anistia do governo federal

Em mais uma medida simbólica que reforça a agenda ideológica do atual governo, a Comissão de Anistia, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos, aprovou nesta terça-feira (21) a concessão de anistia e o pagamento de uma indenização de R$ 100 mil à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), alegando que ela foi vítima de perseguição política e tortura durante o regime militar.

A decisão foi unânime entre os conselheiros nomeados pela gestão Lula e inclui ainda um pedido formal de desculpas à petista, feito em nome do Estado brasileiro.

A ex-presidente solicitava uma compensação milionária, baseada no salário que teria deixado de receber ao ser afastada de um cargo público entre 1970 e 1990. O valor calculado por seus advogados chegaria a R$ 2,77 milhões, mas foi limitado ao teto legal de R$ 100 mil em parcela única.

Vale lembrar que, em 2022, durante o governo Bolsonaro, o mesmo pedido foi rejeitado por unanimidade pela Comissão de Anistia, com base no argumento de que Dilma já havia sido reconhecida como anistiada pelo governo do Rio Grande do Sul. À época, o então presidente Jair Bolsonaro ironizou o pedido da ex-presidente e a decisão contrária ao benefício, que considerava um avanço contra os abusos ideológicos promovidos por gestões petistas.

Agora, com a volta do PT ao poder, a pauta foi retomada com pressa e aprovada sem obstáculos, em um ato que muitos veem como político e revanchista, marcado mais pelo simbolismo partidário do que por justiça real.