Lula Leva Comitiva de 220 Pessoas à Ásia e Torrar R$ 4,5 Milhões com Gastos Sigilosos

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão e Vietnã, mobilizou uma das maiores comitivas do atual governo, reunindo cerca de 220 participantes. Os gastos da viagem já ultrapassam os R$ 4,5 milhões, embora o montante exato possa ser ainda maior, já que parte das informações permanece confidencial ou não foi disponibilizada.

Classificada como a missão internacional mais robusta do mandato atual, a comitiva incluiu parlamentares, membros do Executivo, militares e até representantes próximos da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. Apesar da relevância do evento, a falta de transparência sobre os custos e participantes tem gerado questionamentos. A Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que os dados completos foram classificados como “reservados”, podendo ficar em sigilo por até cinco anos.

Por meio de fontes públicas, veículos de imprensa conseguiram identificar pelo menos 72 servidores ligados ao Palácio do Planalto, além de ministros como Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), além do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Deslocamento Antecipado e Gastos da Primeira-Dama

Janja embarcou antes da comitiva oficial em um voo da Força Aérea Brasileira reservado para a equipe de preparação. No retorno, utilizou classe executiva no trecho entre Paris e São Paulo, ocupando o assento 1L. Os gastos com seus deslocamentos somaram mais de R$ 60 mil, embora ela não possua cargo oficial no governo. Em sua defesa, afirmou que optou por viajar antes para ajudar a reduzir custos de passagens aéreas e que se hospedou na residência oficial do embaixador do Brasil em Tóquio.

Estrutura de Logística Inclui Escalas e Aluguel de Veículos

A logística da missão presidencial envolveu escalas em Anchorage, no Alasca, onde diárias no hotel Crowne Plaza chegaram a R$ 77,9 mil. Além disso, a locação de veículos com motorista, feita por meio da empresa BAC Transportation LLC, custou aproximadamente R$ 397,8 mil.

A equipe precursora, responsável por organizar a chegada do presidente, foi formada por 112 pessoas, incluindo integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), militares, diplomatas, o fotógrafo oficial Ricardo Stuckert e a médica infectologista Ana Helena Germoglio.

Gastos Individuais Chamam Atenção

Entre os participantes da comitiva, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Márcio Elias Rosa, foi quem gerou os maiores custos, com R$ 112,2 mil em diárias e passagens.

Na sequência, o deputado Juscelino Filho (União-MA), que deixou recentemente o cargo de ministro das Comunicações, teve despesas de R$ 99,6 mil em sua última missão oficial. O parlamentar, atualmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento em desvio de emendas parlamentares, levou ainda dois assessores, cujos custos somaram mais R$ 106,9 mil. O MDIC justificou os valores alegando que as passagens foram adquiridas com base em pesquisa de preços feita por empresa especializada.